sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Planear a gravidez - Segundo Passo

Olá a todas (os ) , como estão aguentar este friozinho que se instalou, trazendo com ele muitas gripes e constipações?? Eu por aqui já tive a minha dose para o ano inteiro.. Uffa..

Dando continuidade ao planeamento da gravidez, passamos ao segundo passo inerente a todo o processo, ou seja, a escolha do sistema de saúde que pretendemos usar antes, durante e após da gravidez.

Aqui denoto a necessidade de explicar mais pormenorizadamente o tipo de sistema de saúde pela qual nos encontramos abrangidos,atualmente em Portugal, o nosso sistema de saúde é caracterizado por três sistemas coexistente:


  • Serviço Nacional de Saúde - É um sistema público, constituído pelo estado da qual confere o direito à protecção da saúde do individuo, sendo o mesmo Universal (abrange todos os cidadãos portugueses e todos residentes apátridas e estrangeiros), Geral (nele temos acesso a uma vasta gama de cuidados de saúde primários e diferenciados, incluindo a promoção da saúde, prevenção da doença, diagnóstico, tratamento e reabilitação médica e social) e tendencialmente Gratuito ( digo tendencialmente, pois implica o pagamento de taxas moderadoras para alguns cidadãos).
  • Subsistemas de Saúde  - Os subsistemas de saúde são esquemas especiais, ou seja, distintos do SNS responsáveis pela prestação de cuidados de saúde aos membros de determinadas profissões. Normalmente os membros e familiares tem acesso aos cuidados de saúde  em sistemas privados e públicos por convenções prévias. Este sistema carece de uma pagamento de taxa moderadora por parte do membro. Aqui destacam-se os principais de atuação em Portugal:

    • ADSE ( Funcionários públicos, sendo o maior subsistema atual em Portugal)
    • ADM ( Militares e Forças Armadas)
    • SAD/GNR ( Militares da Guarda Nacional Republicana)
    • SAD/ PSP ( Militares da Policia de Segurança Pública)
    • SSMJ ( Profissionais especiais do Ministério da Justiça, incluindo guardas prisionais, Policia judiciária etc)
    • SAMS ( Bancários)
    • PT-ACS ( Grupo Portugal Telecom)
    • SSCGD ( Funcionários da Caixa Geral de Depósitos)
  • Seguros de Saúde - Estes complementam tanto o SNS como os subsistemas. Tem carácter privado, realizados de livre. O acesso aos cuidados de saúde aqui pode-se dar através de um regime direto ( prestados por estabelecimentos convencionados, ou seja, parcerias) ou regime livre ( o beneficiário recorre a qualquer instituição,fazendo o pagamento integral sendo posteriormente reembolsado.
Realço que independentemente de um cidadão possuir um subsistema de saúde, ou um seguro de saúde, pode igualitariamente recorrer ao SNS.

Após esta explicação, passemos ao que interessa. Uma vez que só tenho acesso ao SNS, não pertenço a nenhum subsistema, e a na altura do planeamento não tinha nenhum seguro de saúde, tive que ponderar delicadamente onde queria ser acompanhada antes, durante e depois da gravidez.

Para tal, peguei um papel e numa caneta e comecei assentar os prós e contras, basicamente entre o Público e Privado, surgindo o dilema: QUAL ESCOLHER??



                   Sistema Nacional Público VS Subsistema de Saúde e/ou Seguro Saúde

     
Sistema Nacional Público
Subsistema de Saúde ou Seguro de Saúde
V: Completamente gratuito;
D: Custos associados;
V: Acesso a um elevado número de meios complementar de diagnóstico;
V: escolha do profissional de saúde que prefere;
V: Acesso a um elevado número de profissionais de saúde;
V: acompanhamento pelo médico de especialidade;
D:Consultas dentro do horário de trabalho;
V: Em todas as consultas pode realizar ecografia e verificar batimentos cardíacos do feto
D: Acompanhamento pelo médico de família (sem ser da especialidade) até à 37ª semana;
V: Flexibilidade nos horários de consulta;
D: Na altura do parto, partilhará o quarto com outras parturientes;
V: Quarto privado com possibilidade de um acompanhante durante a noite;
D: Horários de visita reduzido.
V: Horários de visita alargado.
               V = Vantagem                                                               D = Desvantagem

Ponderando bem todos os elementos descritos, escolhi ser acompanhada maioritariamente no privado, tendo como objectivo o parto num hospital privada, pela privacidade, acompanhamento contínuo, flexibilidade e escolher um profissional que me transmitisse segurança. Não obstante decidi também frequentar consultas no SNS (médico de família), para conjugar em termos monetários a preparação.

Posto isto, decidi ir em busca do seguro de saúde mais completo que encontra-se, e aqui surgiu muitas surpresas..

O que fiz??


1 - Procurei junto de hospitais privados com serviço de neonatologia, obter um orçamento para o parto (é a parte mais custosa), colocando três hipóteses: Parto normal, Parto por cesariana e no caso de serem gémeos, então após uma sondagem em hospitais privados (que possuíssem cuidados intensivos neonatais) verifiquei que um parto normal pode variar entre os 1500€ - 2000 € e que o parto por cesariana varia entra os 2.500€ - 3500€ (dependendo se é um bebé ou dois). Aqui constatei também que alguns hospitais privados cobram a parte a estadia e alimentação do acompanhante, sendo que outros oferecem estádia, pagando somente alimentação e oferecem o diagnóstico precoce a as primeiras vacinas.

2 - Orçamentos de seguros com cobertura de parto, ora aqui é que surgiram muitas surpresas.. Como defeito pessoal e defeito de profissão tenho sempre por tendência em pensar no pior, e o pior para mim na altura do parto seria acontecer alguma situação que implicasse a deslocação do bebé para uma unidade de cuidados intensivos.

  • Primeira questão - O seguro permite a inclusão do bebé no seguro e cobre as despesas do mesmo caso seja necessário o recuso a cuidados neonatais? - Das 10 companhias de seguro corridas somente uma deu-me essa indicação por escrito, pois é só UMA, portanto mamas que pensam que o vosso seguro engloba o bebé, sim engloba cuidados iniciais, caso o mesmo necessite de cuidados neonatais os valores podem ir até aos 400€ diários.. 
  • Segunda questão - Qual o período de precariedade do seguro ? Atualmente não existe nenhum seguro de saúde sem período de carência para o parto, sendo que o mesmo pode chegar até aos 450 dias, mas isto levantou-me uma terceira questão pertinente.
  • Terceira questão - Posso engravidar durante o período de carência? Nem todas as seguradoras cobrem o valor total do parto, se a mama engravidar durante o período de carência, mesmo que o bebé nasça após o mesmo, em muitas é considerado motivo de exclusão por fator pré existente!! Cuidado!!
  • Quarta questão - Caso engravide com recurso a técnicas de fertilização assistida estou coberta pelo seguro? Pode parecer ridícula a questão, mas a realidade é que existem seguros que excluem gravidez com recurso a inseminações, FIV e outras.
  • Quinta questão - Plafons e co pagamentos como funciona? É sempre importante termos atenção aos co-pagamentos exigidos para as intervenções médicas e o plafom disponível para consultas e exames médicos. 

Não existe seguro de saúde ideal, mas existe uns mais completos que os outros em termos de relação qualidade / preço, depois de escalpelizar todas as questões o seguro da MEDIS é o que possui todas as coberturas. Podemos sempre complementar o recurso ao serviço privado com o médico de família em termos de análises médicas, uma vez que o planeamento familiar, gravidez e primeiro mês de parto a mulher é isenta de taxas moderadoras.

O post foi efetivamente um pouco longo, mas para conseguir explicar tudo com objectividade não consegui reduzir mais. Falem-me da vossa experiência, das vossas escolhas e mamas que já tiveramn bebé falem como foi!

Não percam o próximo post.. Serão agora à 3ª e 6ª feira..  Fiquem connosco.. Até breve beijinhos!

1 comentário:

  1. Muito explicito. Importante as vantagens e desvantagens entre público e privado e, principalmente, o alerta na escolha Unidade de Saúde com neonatologia e as coberturas das seguradoras. Nota ***** Parabéns

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